Ser Polícia é ser uma exceção, um ser singular, um indivíduo que vive em um Universo à parte.
Ser Polícia é exercer um sacerdócio, uma função quase mitológica, cercada de lendas e contos o tempo inteiro.
Ser Polícia é ser observado de forma diferente por absolutamente TODOS que o cercam.
Ser Polícia é ser citado como exemplo positivo e negativo em uma única situação, por pessoas de boa ou má reputação.
Ser Polícia é viver numa linha tênue, que separa a paz do caos, percebendo-se já incapaz, de viver longe do caos.
Ser Polícia é ser cobrado ao extremo...por uma parcela que espera uma atitude, ao mesmo tempo em que a parcela restante espera a atitude oposta.
Ser Polícia é esquecer de si mesmo, quando a necessidade de agir impera, é sentir-se à vontade sob o mais absoluto fogo, com a ausência de medo que apenas as situações extremas podem trazer.
Ser Polícia é dormir sem dormir, fechar os olhos de olhos abertos, e nunca mais na vida adormecer à noite para acordar pela manhã.
Ser Polícia é olhar-se no espelho e perceber-se como um Don Quixote de La Mancha, a encarar moinhos de vento, com um ou alguns Sanchos Pança acreditando na cruzada.
Ser Policia é caminhar ao lado da morte, como se fosse algo comum e de uma normalidade extrema.
Ser Policia é ser execrado pela sociedade, quando não atendemos seus anseios PARTICULARES, quando prendemos os seus filhos, ou quando criamos opiniões humanistas sobre os bandidos de origem miserável que combatemos.
Ser Policia é ser exposto ao mundo, é ter sua vida devassada, é ser tratado de forma generalizada, por conta de maus profissionais, mesmo sabendo que em qualquer profissão esses maus profissionais existem.
Ser Policia é antes de tudo, acreditar na imortalidade. Não a imortalidade carnal, mas aquela que apenas a certeza de ser alguém diferente da maioria é capaz de trazer o coração.
Ser Polícia é amar a Polícia, mesmo que às vezes, seja impossível não odiar a Polícia.
Ser Polícia é ser uma luz, uma esperança para muitos, que simplesmente já não têm grandes esperanças.
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