segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

COMBATE URBANO...

Segundo estudos recentes, é crescente a tendência de uma elevada migração das massas populacionais em direção aos grandes centros urbanos, e isso leva a crer que por volta de 2025, cerca de 85% da população mundial residirá em cidades, isto é preocupante pois o combate urbano é o tipo de ofensiva militar mais difícil que existe, porque as tropas defensivas contam com vantagens capazes de neutralizar a força e a tecnologia superiores dos invasores. Os defensores estão não só mais bem familiarizados com o terreno, mas muitas vezes contam com tempo para instalar minas, posicionar franco-atiradores e organizar emboscadas.

Embora as forças terrestres invasoras sejam apoiadas por tanques e veículos blindados de transporte de tropas, o exército de defesa é capaz de neutralizar o apoio aéreo e de artilharia ao "abraçar" as tropas do adversário - enfrentando-as a curta distância, o que aumenta o risco para os invasores de sofrerem baixas causadas pelo chamado "fogo amigo".

Além do mais, os soldados invasores precisam manter um nível especialmente elevado de alerta: Os franco-atiradores e outros atacantes podem ataca-los não só pela frente, pelas costas e pelas laterais, mas são também capazes de se ocultar nos andares superiores ou telhados de edifícios ocupados por civis, ou mesmo em esgotos subterrâneos. A fumaça e o fogo inevitáveis fazem com que a localização dos alvos seja muito mais difícil: cada tiro pode atingir um civil, e cada projétil de morteiro destrói a casa de alguém. Essa confusão aumenta ainda mais quando as forças defensoras se aproveitam da existência de população civil.

Entre as nações mais preocupadas com a possibilidade de lutar em um ambiente urbano estão os EUA. Exército, Fuzileiros Navais, Marinha e Força Aérea estudam diligentemente como obter sucesso em uma guerra urbana de forma rápida, sem muitas baixas (civis e militares) e danos materiais. Os americanos tem uma larga experiência em combates urbanos desde a Segunda Guerra Mundial, passando por Seul, Hue, Beirute, Cidade do Panamá, Mogadíscio e Bagdá.

Para terem sucesso em operações em área urbanas as forças americanas investem pesadamente em estudos teóricos, exercícios militares, treinamento e desenvolvimento de novas armas e tecnologias. A palavra chave é integração de sistemas, armas e forças terrestres, aéreas e navais. Entre os estudos americanos está o Urban Warrior, desenvolvido pelo USMC. Este estudo tinha por objetivo concentrar esforços no aperfeiçoamento da tática, das técnicas e dos meios visando a reformular e a desenvolver a capacidade do USMC no combate no interior das cidades. Soldado britânico em combate urbano no Iraque.

Paises como Israel e Grã-bretanha também tem desenvolvido estudos avançados relacionados com as operações militares em ambientes urbanos, chegando a desenvolver doutrinas, equipamentos e treinar unidades especificas para este tipo de combate.

Dificuldades a serem consideradas

Apesar de ser evitado pelos soldados, combater em cidades não é algo novo. Desde que o homem passou a morar em cidades a necessidade de combater dentro delas se fez presente. Por questões estratégicas, políticas e econômicas as cidades tem se tornado alvo de duros combates. Na verdade para se obter sucesso completo contra o inimigo a suas cidades não podem ser ignoradas. Devido à grande concentração de massa populacional, meios de transporte, de saúde, de comunicações, capacidade industrial, de armazenagem e, sobretudo, de fontes de energia que normalmente as cidades possuem. Ignorar as principais cidades do inimigo daria a ele uma fonte inesgotável de recursos. Portando tomar o controle das cidades inimigas se faz necessário.

Porém vários fatores fazem com que a opção de se tomar uma cidade seja analisada de forma profunda, chegando-se muitas vezes a conclusão que o melhor é evitá-la. Entre esses fatores podemos citar:Forças Especiais dos EUA treinam para a guerra urbana.

  • O primeiro fator que devemos citar é a grande presença de civis não-combatentes, especialmente mulheres, crianças e idosos. Muitas vezes estes civis estão ou são colocados próximos a alvos estratégicos e táticos, servindo como "escudos humanos" por parte do inimigo e dificultando a destruição ou interdição dos alvos. A baixa de civis também será usada pelo inimigo como arma de propagando junto a opinião publica mundial.
  • Quando dentro das cidades as forças invasoras tem pouco espaço para manobrar entre as ruas, principalmente os seus veículos blindados, que são necessários neste tipo de guerra. O inimigo por sua vez, por conhecer melhor a área de operação se movimenta melhor e mais rápido, usando atalhos, e o subterrâneo, através de galerias, tubulações, túneis do metro e os esgotos. Portanto o uso do subterrâneo e a negação do uso deste ao inimigo se faz extremamente necessário a força invasora.
  • O ambiente das cidade é extremamente propicio a defesa. Prédios altos servem de abrigo para equipes de observação e os escombros e edificações em geral se prestam a defesa, através de armas antiaéreas e anticarro. A ação de atiradores de elite inimigos normalmente é generalizada.
  • Nas cidade o campo de tiro é restrito, as comunicações são prejudicadas, dificultando a coordenação e orientação das forças invasoras.
  • O apoio aéreo (a inserção e extração rápida de tropas, suprimentos e equipamentos, além do apoio de fogo) é também fica limitado. As aeronaves não ficam sujeitas as ruas estreitas e as barreiras de escombros, mas cabos elétricos, torres de alta tensão e grandes edificações dificultam a sua operação. O fogo das armas antiaéreas é um perigo constante e estas podem ser colocadas nos topos dos prédios. Num combate urbano as aeronaves, em especial os helicópteros são vulneráveis a ação de armas de curto alcance como mísseis portáteis superfície-ar, metralhadoras leves e pesadas.
  • Uma dificuldade que tem se visto ultimamente em combates urbanos é que devido a questões humanitárias os soldados em combate dentro de cidades podem ser envolvidos em operações distintas como missões de combate de média intensidade e altamente letal, pacificação ou assistência humanitária, muitas vezes até simultaneamente. Isto dificulta a coordenação de esforços e o foco das operações.

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