domingo, 13 de fevereiro de 2011

Manual Prático do Policial Militar....


  • Papel e caneta

Acredito que a maioria das ocorrências policiais são resolvidas no diálogo ou mesmo quando se faz necessário medidas enérgicas é importante registrarmos tudo. As pessoas mentem, se arrependem, desmentem, contam inúmeras versões, mudam seus testemunhos e não é difícil encontrarmos acusações contra a ação policial. Então, tenha a bordo da viatura caneta, papel e – para facilitar – alguns modelos de documentos pré-moldados, bastando apenas qualificar os autos. Segue dois dos mais básicos:

Autorização para entrada em domicílio – Esse é importante, imagine aquela conhecida ocorrência policial em que o marido agride a esposa (algumas vezes, filhos) dentro de casa. Depois que usamos a força e acalmamos os ânimos do agressor, é quase certo o arrependimento da mulher em ter nos chamado e principalmente se indignar por prender seu companheiro. Apesar de ser uma situação flagrante, o ideal é que o policial adentre a residência com a autorização do morador (a). Como ele (a) pode negar posteriormente que permitiu seu ingresso, o respaldo nesse documento livrará o PM de dores de cabeça no futuro. É bom lembrar que testemunhas são bem vindas. Nesse caso, pega aquelas vizinhas xeretas que ficam na calçada só “fiscalizando” o desenrolar da história.

Auto de resistência à prisão – Quem dera que todo suspeito detido assim o fosse de maneira pacífica, colaborativa. Infelizmente não é bem assim que acontece. E nossa atenção se redobra para não nos excedermos durante o calor da ocorrência. A Corregedoria é logo ali. Por isso, cuidado nas investidades, cuidado para não ser ferido, cuidado para que não machuquem inocentes e – se der – cuidado para não utilizar uma força desproporcional. Para esses casos, confeccione o documento. Novamente as testemunhas são bem vindas. Tudo bem que a máxima “melhor ser julgado por 7 do que carregado por 6″, amplamente difundida em nosso meio, tem a sua lógica de sobrevivência. Só que o ideal é evitar as duas situações.

  • Algemas

Parece lógico o uso delas e estritamente necessário em toda condução de preso (embora nossos Ministros do STF não pensem assim), mas dificilmente o Estado irá fornecê-las. Pelo menos eu ainda não vi meus colegas cautelando essa ferramenta. Até onde sei, cada um adquire a sua. Eu comprei a minha. Não espere pelos outros e se puder comprar da melhor, compre. Isso não é gasto, é investimento. Ela pode ser a garantia de sua vida. Quer retorno melhor?

  • Lanternas

Quantas vezes já realizamos uma busca em um ambiente escuro? Uma rua sombria, um prédio abandonado, o que seja. Tenha sempre a bordo da viatura uma lanterna potente e outra menor em seu cinto. Nós não somos o Batman, mas os apetrechos que carregamos são de uma utilidade ímpar, senão não estariam lá. A importância desse objeto triplica se você trabalhar em uma zona rural. E toda vez que for para o serviço confira se elas estão funcionando!

  • Luvas cirúrgicas

A gente encontra muita mazela e doenças são comuns. É melhor não arriscar, sempre que alguém estiver ferido coloque as luvas e mesmo depois lave bem as mãos.

  • Armas de fogo

Esse é o tipo de instrumento que a gente reza para não ter que usar, mas caso seja preciso queremos que esteja ao alcance e – claro – não falhe. Sendo assim, verifique as condições de seu armamento. Quando possível realize uma breve manutenção. Um kit de limpeza para pistola ou revólver não custa mais do que R$ 30,00. Logicamente tenha ele sempre em pronto emprego. Seja íntimo de sua arma, tenha munição farta e outra para garantir. O famoso backup.

  • Armas não letais

Elas são importantes porque nem toda situação que necessite o uso da força, deverá ser usado o chumbo. Às vezes, o bom e velho bastão resolve (talvez por isso já queiram proibi-lo). O importante é que você tenha outras opções antes de chegar ao extremo de usar a arma de fogo. Por isso, hoje em dia as polícias têm investido cada vez mais em táticas e tecnologias menos que letais. Ainda sonho com o dia em que cada equipe na rua disponha de taser (arma de choque incapacitante), bastão ou tonfa (aquele em forma de L) e o gás de pimenta. Agora cuidado com os excessos e lembre-se: essas coisas não são brinquedos.

*Essas são as dicas (bizus) mais básicas e que provavelmente todo policial já as conhecem muito bem. Seria muita pretensão acreditar que essas linhas sejam um “manual” para o PM. No entanto, esse espaço é acima de tudo para o aprendizado. Sendo assim, os colegas que quiserem compartilhar e enriquecer nossos conhecimentos ou ainda discutir sobre o complexo serviço policial fique a vontade nos comentários.

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