sábado, 12 de fevereiro de 2011

Profissão Policia: Dedicação integral....


Entrei no Diário de Um PM (como faço quase que diariamente) e me deparei com uma postagem do Flávio Henrique se referindo ao blog do Capitão Mano, onde o mesmo lista 5 razões para detestar ser policial militar. Eu como civil estudando para concurso da PM é bom ver em blog o cara vibrando enaltecendo a corporação, mas é sempre bom ver o outro lado da moeda, principalmente mostrado por quem está dentro da caserna. Lendo o post do Capitão Mano me deparei com a razão número 2 e resolvi escrever sobre ela:

Razão DOIS: o povo. A relação da polícia com o povo é como uma faca de dois gumes. Alguém sempre sai perdendo nesse embate. Em meio à população, há de tudo: pais de família, trabalhadores, homens de bem, pessoas de boa índole, estudantes, menores, grupos vulneráveis, doentes e incapazes, e os que reúnem um pouquinho de tudo. Ao que parece, só não tem bandido. Todos, na intenção de demonstrar sua indignação, gritam aos quatros cantos do mundo que não são isto, não são aquilo ou que são assim ou daquele jeito. À polícia cabe a ação. E, se ela não age, erra pois foi chamada para agir e, se não ia fazer nada, para que foi até lá(?); se age, erra também porque exagera. Se não ia dar flores, também não precisava ser grosseiro(!). É chamada para controlar. E quando controla, aparecem especialistas de todas as brechas para criticar. O povo está quase sempre contra, pois é do seu meio que provém toda a mazela da vivência humana. E, quem quer ser a mazela? Quem admite ser pai, mãe de uma ou ser a materialização da mazela? Quem quer ser a ‘pessoalização’ do que é ruim no meio social? Daí a se compreender o porquê da relação pífia entre polícia e sociedade…

Não vou escrever um post utópico aqui falando que a Polícia tem sempre razão que é tudo as mil maravilhas pois não é, a Polícia é um trabalho como outro qualquer você vai entrar vai ter momentos de alegria, de frustração, vai ter vontade de chutar o pau da barraca, é uma relação amor e ódio. Mas caro leitor acompanhe meu raciocínio nesses casos:

1° Caso: Uma vez entrei na comunidade da PMMG no Orkut e tinha um desabafo de um pai de família contando que pegou seu carro, colocou dentro sua esposa, seus 2 filhos e sua sogra, foi rumo à Belo Horizonte fazer turismo. Na cidade foi parado por uma blitz da PM onde a mesma constatou que o documento do seu carro estava irregular. Seu carro foi apreendido, ele ficou ali com a sua família na sua, e durante 1 hora a PM não parou mais nenhum veículo. Conclusão do pai de família a PM estava errada, o pai de família andando com o documento irregular não estava errado.

2° Caso: Um jovem de aproximadamente 22 anos, saiu com sua namorada e seus amigos, parou num barzinho, curtiu uma música ao vivo, comeu uma porção, bebeu sua cervejinha (afinal todos ali trabalham durante o dia e fazem faculdade a noite). Voltando para casa foi parado numa blitz, pelo teste do bafômetro foi constatado que o nível de álcool no sangue dele estava acima, o condutor tomou aquela multa salgada de quase mil reais, teve a habilitação apreendida. O PM ainda perguntou se alguém estava com o álcool no sangue abaixo do permitido para assumir a direção, como não tinha, o carro foi apreendido. O condutor se exaltou, agrediu o policial verbalmente (quase o agrediu fisicamente). Conclusão, a PM estava errada por cumprir a lei seca.

3° Caso (Esse aconteceu comigo): Como eu disse anteriormente a polícia não é um mar de rosas, mas veja esse caso que aconteceu comigo. Estava eu saindo do meu trabalho no meio da tarde voltando para casa feliz pois tinha sido transferido para um setor melhor. De repente sinto um vulto de um cara de bicicleta vindo do meu lado abri espaço para ele passar mas ele não passa. Para ao meu lado saca um revólver 38 e pede meu celular. Claro que eu entreguei o celular sem esboçar nenhuma reação (nesses momentos é melhor, vai que o cara está com a arma só para assustar e no susto dispara. Eu não vou perder minha vida por causa de 200 reais.). Assim que entreguei o celular sai correndo ao som das ameaças do assaltante. De repente eu vejo uma Blazer da Polícia Civil, linda toda imponente parada na rua, parecia que tava me esperando. Já cheguei falando para o policial que eu tinha sido assaltado e o sujeito estava armado, e sabe o que ele me disse “to fora da minha área, se vira e liga pro 190”.

Na minha mera concepção de civil o polícia independente de ser civil ou militar ele trabalha para o Estado, então a área de atuação dele é o Estado e não somente a jurisdição do seu Distrito ou Batalhão.

Eu confesso que depois dessa “patada” eu fiquei decepcionado com a Polícia, mas ainda não desisti do meu sonho. Acredito que a fama que a Polícia tem é muitas vezes criada pelos próprios policiais que estão ali vivendo frustrados dentro de sua carreira, entraram achando que era uma coisa mas virou outra, e essa frustração acaba passando para o cidadão. Mas mesmo assim eu não desisti desse objetivo de ser policial. Pois pra mim vai ser a minha maneira de fazer a diferença na sociedade.

Abraço, Bruno Henrique.

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